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Foto do escritorPIERRY MODESTO

O que a Sagrada Tradição nos fala sobre o purgatório.

A fé Católica não é uma fé baseada em conto de fadas e nem tampouco em uma ideia saída da cabeça de uma pessoa qualquer. É uma fé que vem sendo construída, pela inspiração do Espírito Santo através dos tempos, desde Nosso Senhor Jesus Cristo até os dias de hoje, e continuará a ser fortalecida pelos ensinamentos até a consumação dos tempos.




Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos guiará na verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras.” J, 16,11-12

Assim sendo, o Sagrado Magistério, em toda sua história, vem nos mostrando a Verdade, predita por Jesus ao anunciar o envio do Espírito Santo, como acabamos de ver.

Portanto, coisas que não conhecemos e que não somos capazes de compreender, pois não nos doamos ao Pai assim como Ele se doou à nós, Ele vem através dos Papas e dos santos nos apresentar a verdade, para que, pela fé na Igreja que foi edificada por Jesus na pessoa de Pedro e por sua posteridade e continuidade, pelos seus sucessores, veremos que a doutrina do Purgatório é para nós, uma fé inabalável e verdadeira. Diferente disto, não crendo nesta doutrina, é se entregar à ignorância e “pagar pra ver” as consequências de nossas iniquidades em um tempo e lugar que pela falta de fé, muitos se deixam levar e assim, coisas da vida futura, levaram nossas almas a um com um fogo inesperado e avassalador.

A Sagrada Escritura nos mostra muitas passagens sobre o purgatório, mas agora vejamos agora, o que diz a história da Igreja sobre o Purgatório.

Papa Pelágio I, em 03/02/557 escreve: [1]

          ... assim confesso, ressuscitarão então e estarão “diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com o que, em sua vida corporal, vez de bem  ou de mal”

“pois todos nós compareceremos ao tribunal de Deus” Rm 14,10

“Porquanto todos nós teremos de comparecer manifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba a retribuição do que tiver feito durante sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal.” 2Cor 5,10

E por meio da abundantíssima graça de Deus, agraciará os justos qual “vasos de misericórdia, preparado para a glória” com o prêmio da vida eterna para viverem sem fim na companhia dos anjos, já sem temor algum de queda. Os injustos , ao contrário, que por decisão da própria vontade permanecem “vasos de ira preparados para a ruina”...

XVI Sínodo de Toledo em 02/05/693 [2]

... mas na substância e verdadeira carne, na qual agora estamos e vivemos e no momento do juízo estaremos diante de Cristo e dos seus santos anjos – que cada um relatará o que fez no corpo, de bem ou de mal, devendo dele receber por suas ações, o reino de ilimitada beatitude ou, por seus crime, o ocaso que é a condenação eterna.

Concílio de Lião, 28/06/1245 [3]

No evangelho, enfim, a Verdade afirma que, se alguém tiver proferido blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem neste século nem no futuro, Mt 12,32; por estas palavras se dá a entender que algumas culpas são perdoadas no século presente, outras, ao contrário, no século futuro; o Apostolo diz que “a qualidade da obra de cada um será provada pelo fogo” e aquele curja obra for queimada receberá a punição, mas ele mesmo será salvo com que através do fogo” 1Cor 3,13-15

Carta do imperador Miguel ao Papa Gregório em 6/07/1274 [4]

E se tiverem falecido em verdadeira penitência na caridade, antes de haver satisfeito com frutos dignos de penitência pelo que cometeram ou deixaram de fazer, as suas almas são purificadas depois da morte, com penas purificatórias, ou seja, catarterias...

Almas, pois, daqueles que, depois de terem recebido o santo batismo, jamais incorreram em nenhuma mancha de pecado, e também aqueles que depois de terem contraído a mancha do pecado, segundo o que foi dito acima, foram purificadas, seja quando ainda nos seus corpos, seja quando já despojadas deles, são logo recebidas no céu.

Carta aos armênios, agosto 1341 [5]

Igualmente, os armênios comumente sustentam que no século futuro não há o purgatório das almas, porque, como dizem, se um cristão confessa os seus pecados, todos os seus pecados e as penas dos pecados lhe são remetidos....

Concílio de Trento – Decreto sobre o purgatório, 3/12/1563 [6]

Já que a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, a partir das sagradas Escrituras e da antiga tradição doas Padres, nos sagrados concílios e mais recentemente neste Sínodo ecumênico, ensinou que o purgatório existe e que as almas aí retidas podem ser ajudadas pelos sufrágios dos fiéis e sobretudo pelo santo sacrifício do altar, o santo Sínodo prescreve aos bispos que se empenhem diligentemente para que a sã doutrina sobre o purgatório, transmitida pelos santos Padres e pelos sagrados Concílios, seja acreditada, mantida, ensinada e pregada por toda parte.

Nota: Aqui foi decretado oficialmente pela Igreja católica que o purgatório existe e é um lugar de purificação que algumas almas passam para se purificar antes de entrar no céu.

Bula “iniunctu nobis” de 13/11/1564 [7]

Sustento com constância que existe o purgatório e que as almas ali prisioneiras são ajudadas pelos sufrágios dos fiéis; e igualmente que os Santos, que reinam com Cristo, devem ser venerados e invocados, e que eles oferecem orações a Deus por nós, e que suas relíquias devem ser veneradas.

Tendo visto tudo isto, que foi dito pela Igreja católica, não fica dúvida do quão criteriosa é a Igreja ao afirmar que o purgatório existe. A Igreja, desde seus primórdios, é detentora e defensora da fé em Cristo e tudo o que Ele nos ensinou e que seus apóstolos continuaram nesta caminhada. Não podemos dizer, que ao falarmos do purgatório, significa que é uma invenção, muito pelo contrário, é uma confirmação que o Espírito Santo vem anunciando através dos sucessores de Pedro para que seu povo, não pereça, mas que creia e siga os ensinamentos e com isso, possa ter a possibilidade de alcançar a salvação.


[1] Denzinger 443

[2] Denzinger 574

[3] Denzinger 838

[4] Denzinger 856 e 857

[5] Denzinger 1010

[6] Denzinger 1820

[7] Denzinger 1867

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